O relatório “Tudo por conta própria: aplicativos de autocuidado psicológico e emocional” compreende a primeira fase de nossa pesquisa sobre os PsiApps e apresenta resultados preliminares do estudo de 10 aplicativos de autocuidado psicológico e emocional utilizados no Brasil.

Os 10 apps foram selecionados a partir da análise de um universo inicial de 350 resultados de busca efetuada na plataforma App Annie, segundo critérios de relevância e popularidade. A análise se desdobrou em dois eixos. O primeiro se dedicou a uma camada mais visível dos aplicativos, especificamente ao discurso de apresentação e descrição dos apps e suas funcionalidades na loja de apps, em seus sites e redes sociais. O segundo eixo voltou-se para a uma camada mais opaca, visando mapear as formas de coleta, de uso e de compartilhamento de informações dos usuários desses apps. Destacamos, no primeiro eixo, que boa parte dos aplicativos dirigem-se a um “sujeito ansioso”, ao qual oferecem meios para cuidar de si mesmo, especialmente através do automonitoramento e do autoconhecimento. No discurso e nas ferramentas desses apps, o sofrimento psíquico e emocional, bem como a terapêutica proposta, estão fortemente centrados no indivíduo. No segundo eixo, ressaltamos a falta de transparência e clareza em relação ao tipo de dados que tais aplicativos coletam sobre os usuários, bem como sobre a trajetória desses dados tanto no compartilhamento com terceiros, quanto nas suas finalidades e utilizações. A partir da visualização dos trackers (rastreadores) presentes nos aplicativos e de uma breve análise dos seus termos de uso e privacidade, apresentamos algumas pistas sobre o ecossistema de dados e modelos de negócios predominantes.